sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Escolas ganham prêmios com projetos sociais

Força de vontade de professores e alunos é mão-de-obra que transforma a sociedade

Pelo quarto ano, o Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino Privado no Rio Grande do Sul) realizou uma premiação para honrar as principais atividades e projetos sociais desenvolvidos em escolas particulares do estado. As categorias são diversas, mas existem duas que se destacam pela atual necessidade de mudança no mundo. Elas dizem respeito ao cuidado com o meio ambiente e participação comunitária e por causa disso receberão o prêmio do sindicato no dia 3 de dezembro.

Vencedor do Ouro na categoria “Preservação Ambiental”, o Colégio La Salle Niterói, de Canoas, mostra como mobilizar toda uma comunidade escolar em prol das questões ambientais. Com um projeto chamado Patrulha do Verde, alunos engajados realizam atividades que vão desde separar o lixo reciclável do orgânico, palestrar sobre temas ligados à biologia e fazer ações fora da escola, interagindo com o espaço ambiental.

A coordenadora da Patrulha, professora Niura Ramires Faria, conta que o projeto existe desde 2002, sempre voltado totalmente para a área sócio-ambiental. Ela é quem conta como tudo começou: “A maior dificuldade no início era como convencer um grupo de adolescentes sobre a importância de preservar. Não é legal chegar na sala de aula e dizer para o teu aluno que o Rio Gravataí está poluído. Ele tem que ver isso. Para mim não existe conscientização sem sensibilização. Tu tens que mostrar e, muitas vezes, chocar as pessoas para que elas entendam a necessidade de trabalhar em prol do meio ambiente” .

Através desse processo de sensibilização e conscientização, os alunos mostraram-se não somente interessados, mas vestiram a camiseta de patrulheiros para trabalhar com a preservação. William Machado, estudante do 3º ano do ensino médio, entrou no projeto durante a 6ª série do ensino fundamental. “Eu via no projeto um meio para eu me dedicar à questão ambiental. Eu acredito que na escola a gente pode começar um processo para disseminar essa ideia”, destaca William. Eduarda Medina, outra patrulheira de 11 anos, cursa a 6ª série e dá palestras para outras turmas sobre evolução das espécies, além de participar das demais atividades. “O projeto é muito importante. E como a gente vê o que está acontecendo negativamente com o nosso planeta, eu achava que precisava me manifestar sobre isso e o projeto é uma forma de se expressar”, diz Eduarda.

Outra categoria do prêmio voltada para ações sociais é a de “Participação Comunitária”, representada na região metropolitana pelos ganhadores do bronze no quesito, o projeto de voluntariado do Colégio Nossa Senhora do Rosário, de Porto Alegre. O grupo de voluntários, formado em 2007, visita hospitais, asilos, creches e quem mais precisar de um pouco de dedicação e amor.

A professora Paula Pafiadache Menna Barreto, coordenadora do projeto, conta que a movimentação para a criação do grupo surgiu dos próprios alunos, que procuraram a pastoral da escola a fim de realizar atividades voluntárias fora da instituição. Para ela, o objetivo do trabalho é oportunizar que os estudantes entrem em contato com realidades diferentes, e com isso consigam adquirir conhecimento e responsabilidade, numa troca de experiências muito importante.

A opinião da coordenadora é semelhante a dos participantes do grupo, que mostram muita força de vontade e carinho pelas tarefas realizadas. “Saber que fizemos o bem, aquele “algo a mais”, faz bem a qualquer pessoa. Nem que seja apenas o sorriso de uma criança, quando vamos a uma creche. Eu não faço apenas pelos outros, mas por mim também”, conta o estudante André Tonon, 17 anos.

“Ir em um lugar, ver o sorriso das crianças, lidar com uma realidade diferente da nossa, é uma coisa muito boa. A gente chega e as crianças dizem ‘Oba! Que bom que vocês vieram!’ e isso é ótimo”, afirma a voluntária Beatriz Miranda, 16 anos. O estudante do 3º ano do Ensino Médio, Fernando Menezes de Azevedo, completa a ideia: “No voluntariado a gente aprende muita coisa. Entramos em contato com a realidade das pessoas que a gente visita e olhamos mais para as outras pessoas ao nosso redor”.


A dedicação dos voluntários do Colégio Rosário é comovente

Durante a entrevista para o Jornal da Estação, os estudantes contaram diversas histórias emocionantes que ocorreram durante as visitas que realizaram nas instituições. “Eles vem toda semana, no frio, na chuva. É fantástico ver os alunos se entregando a isso”, frisa a professora Paula.


Solidariedade e respeito ao meio ambiente


A patrulha do verde, em uma das principais ações realizadas pelo grupo, conseguiu retirar duas toneladas de lixo do Rio Gravataí. Além disso, realizam periodicamente gincanas com objetivo de arrecadar alimentos para Acadef (Associação Canoense dos Deficientes Físicos). “Em troca, nós temos uma saída de campo oferecida pela Acadef. Existe essa parceria, que é muito legal, porque ao mesmo tempo, tu estás trabalhando uma questão tão importante que é a preservação do meio ambiente, e também a questão social”, explica Niura Ramires Faria, coordenadora do projeto Patrulha do Verde.



Projetos premiados

Preservação Ambiental

Ouro – Projeto Ambiental Patrulha do Verde- Colégio La Salle Niterói, de Canoas

Prata – Vida Nova ao Rio Uruguai - Colégio Marista Santana, de Uruguaiana

Bronze - Projeto Emissão Zero - Colégio La Salle Santo Antônio, de Porto Alegre


Participação Comunitária

Ouro - Santa em Ação - Colégio Santa Teresinha da Rede Notre Dame, de Taquara

Prata – Faculdade da Experiência - Instituto Anglicano Barão do Rio Branco, de Erechim

Bronze - Grupo de Voluntariado: desenvolvendo agentes de transformação social - Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre

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