Chuvas torrenciais que atingiram o estado geraram prejuízos econômicos para grande parte da população, deixando o clima instável também na economia
Segundo dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos climáticos, CPTEC, há 23 anos o estado não era tão atingido por tanta chuva. Novembro foi um mês úmido para as regiões de Porto Alegre, Pelotas, Bagé e Santa Maria.
Esses fenômenos climáticos além de tornarem a rotina diária do trabalhador mais difícil, é um corre e corre com guarda-chuvas, abala significativamente alguns setores da economia e, consequentemente, acarretam em mais gastos para o consumidor final.
A comida fica mais cara
O aumento dos preços dos alimentos é o primeiro fator negativo ocasionado por esse clima de instabilidade. Segundo o economista e diretor técnico da Pólo RS, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, “o primeiro grande prejuízo, num estado cujo setor primário representa 30% do que a gente produz, está na área do agronegócio, nas produções que são mais sensíveis à chuva”, como os hortifrutigranjeiros.
Além dessa perda na produção de alimentos, outras áreas, como a da infraestrutura, também padecem com as torrenciais chuvas: “Tem também os impactos que agravam situações que já são debilitadas, como a da infraestrutura. Nós temos no Brasil um gargalo muito grande de desenvolvimento que é a parte da infraestrutura, principalmente a logística e estradas. Quase toda a nossa produção, praticamente 70, é conduzida pelas estradas, e os temporais agravam ainda mais o estado precário da nossa malha rodoviária”, reitera Paulo Machado.
E, se por causa das condições das nossas estradas, o alimento chega mais caro às mesas gaúchas (são milhões de reais gastos em manutenção de caminhões que transitam em rodovias esburacadas, fora as interdições ocasionadas pelo alagamento das vias), a exportação de alimentos de fora do Rio Grande acaba também tendo o seu valor inflacionado. “Então, até aqui, já temos alguns impactos consideráveis. Para o produtor e para o consumidor, na parte de hortifrutigranjeiros, isso representa num curto prazo uma elevação dos preços de até 30%. Quando a chuva atinge a produção desse tipo de produto, que é muito sensível e tem alto grau de perecibilidade, certamente vamos ver nos mercados em geral um reajustamento dos valores” adianta o economista.
Diante desta realidade, mesmo quando a saída é trazer os produtos alimentícios de fora, a elevação de preços é realidade, pois há um gasto agregado do transporte que é repassado ao consumidor final.
O Governo deve fazer a sua parte:
Já contabilizamos até aqui prejuízos consideráveis para os produtores rurais e os consumidores. Mas, e nas cidades? Na última semana, um tremendo temporal destelhou casas, derrubou postes de energia e deixou muita gente desalojada. Segundo o economista “aumentam as responsabilidades do Município e do Estado que devem buscar formas de apoiar a população desabrigada”. Mas, mesmo assim, conforme Paulo Machado explica, “a situação sempre é mais difícil, mesmo com a capacidade de suporte e planejamento, porque o homem ainda não conseguiu gerenciar e administrar os fenômenos da natureza, em nenhum lugar do mundo”.
O que nós podemos fazer?
Já se falou muito que os responsáveis por essa instabilidade climática é o próprio homem, que não soube aliar ao processo tecnológico e industrial, medidas ecologicamente corretas. O resultado dessa ação inconsequente é o aumento da temperatura e umidade da Terra, que culmina nesses fenômenos climáticos destrutivos, como os temporais.
Medidas simples como colocar o lixo no seu devido lugar e não em vias públicas é uma das ações que devem ser seguidas por todos os cidadãos. Segundo o economista Paulo Pinheiro Machado, aquela bituca de cigarro ou o papelzinho de bala que é jogado na rua, pode entupir os boeiros gerando transbordo do esgoto quando acontecem grandes chuvas. “Uma mudança cultural deve ser empregada, por todos os brasileiros”, finaliza Paulo.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário