sexta-feira, 27 de novembro de 2009

As mudanças climáticas e seus efeitos na economia

Chuvas torrenciais que atingiram o estado geraram prejuízos econômicos para grande parte da população, deixando o clima instável também na economia


Segundo dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos climáticos, CPTEC, há 23 anos o estado não era tão atingido por tanta chuva. Novembro foi um mês úmido para as regiões de Porto Alegre, Pelotas, Bagé e Santa Maria.
Esses fenômenos climáticos além de tornarem a rotina diária do trabalhador mais difícil, é um corre e corre com guarda-chuvas, abala significativamente alguns setores da economia e, consequentemente, acarretam em mais gastos para o consumidor final.

A comida fica mais cara

O aumento dos preços dos alimentos é o primeiro fator negativo ocasionado por esse clima de instabilidade. Segundo o economista e diretor técnico da Pólo RS, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, “o primeiro grande prejuízo, num estado cujo setor primário representa 30% do que a gente produz, está na área do agronegócio, nas produções que são mais sensíveis à chuva”, como os hortifrutigranjeiros.

Além dessa perda na produção de alimentos, outras áreas, como a da infraestrutura, também padecem com as torrenciais chuvas: “Tem também os impactos que agravam situações que já são debilitadas, como a da infraestrutura. Nós temos no Brasil um gargalo muito grande de desenvolvimento que é a parte da infraestrutura, principalmente a logística e estradas. Quase toda a nossa produção, praticamente 70, é conduzida pelas estradas, e os temporais agravam ainda mais o estado precário da nossa malha rodoviária”, reitera Paulo Machado.

E, se por causa das condições das nossas estradas, o alimento chega mais caro às mesas gaúchas (são milhões de reais gastos em manutenção de caminhões que transitam em rodovias esburacadas, fora as interdições ocasionadas pelo alagamento das vias), a exportação de alimentos de fora do Rio Grande acaba também tendo o seu valor inflacionado. “Então, até aqui, já temos alguns impactos consideráveis. Para o produtor e para o consumidor, na parte de hortifrutigranjeiros, isso representa num curto prazo uma elevação dos preços de até 30%. Quando a chuva atinge a produção desse tipo de produto, que é muito sensível e tem alto grau de perecibilidade, certamente vamos ver nos mercados em geral um reajustamento dos valores” adianta o economista.

Diante desta realidade, mesmo quando a saída é trazer os produtos alimentícios de fora, a elevação de preços é realidade, pois há um gasto agregado do transporte que é repassado ao consumidor final.

O Governo deve fazer a sua parte:

Já contabilizamos até aqui prejuízos consideráveis para os produtores rurais e os consumidores. Mas, e nas cidades? Na última semana, um tremendo temporal destelhou casas, derrubou postes de energia e deixou muita gente desalojada. Segundo o economista “aumentam as responsabilidades do Município e do Estado que devem buscar formas de apoiar a população desabrigada”. Mas, mesmo assim, conforme Paulo Machado explica, “a situação sempre é mais difícil, mesmo com a capacidade de suporte e planejamento, porque o homem ainda não conseguiu gerenciar e administrar os fenômenos da natureza, em nenhum lugar do mundo”.

O que nós podemos fazer?

Já se falou muito que os responsáveis por essa instabilidade climática é o próprio homem, que não soube aliar ao processo tecnológico e industrial, medidas ecologicamente corretas. O resultado dessa ação inconsequente é o aumento da temperatura e umidade da Terra, que culmina nesses fenômenos climáticos destrutivos, como os temporais.

Medidas simples como colocar o lixo no seu devido lugar e não em vias públicas é uma das ações que devem ser seguidas por todos os cidadãos. Segundo o economista Paulo Pinheiro Machado, aquela bituca de cigarro ou o papelzinho de bala que é jogado na rua, pode entupir os boeiros gerando transbordo do esgoto quando acontecem grandes chuvas. “Uma mudança cultural deve ser empregada, por todos os brasileiros”, finaliza Paulo.

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