
Confira a programação para o final de semana prolongado e uma entrevista exclusiva o Patrono da Feira, Carlos Urbim!
Começa hoje a 55ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre e até o dia 15 de novembro você pode participar do evento que é a maior feira de livros à céu aberto do continente americano.
Este ano os organizadores do evento resolveram valorizar a emoção que os livros despertam naqueles que se deixam levar pela sua magia e a frase “tem sempre uma emoção esperando por você” está presente nos diversos locais por onde a feira acontece.
Este ano, 169 expositores livreiros participarão da feira, 118 deles da área Geral, 34 na área Infantil e Juvenil e 17 na Internacional. A França será a grande homenageada do evento e terá um grande estande capaz de exibir aos visitantes uma espécie de panorama do que se está sendo escrito no país europeu, além de promover lançamentos nacionais de obras francesas.
Livros e leitura estarão à disposição de todos, na Praça da Alfândega, no centro de Porto Alegre e no Cais do Porto, próximo à praça e integrado à Bienal do MERCOSUL, que também exibe tem grande parte das suas obras ali.
O patrono da Feira do Livro deste ano é o escritor e jornalista Carlom Urbim.
ENTEVISTA: Carlos Urbim
A equipe do Jornal da Estação teve uma conversa com o patrono da 55ª Feira do Livro, Carlos Urbim , bem agradável durante essa semana. O jornalista e escritor nos recebeu na sua casa, no bairro Floresta em Porto Alegre, com muito bom humor, apesar de ter enfrentado uma maratona literária. Na segunda-feira Urbim esteve em Passo Fundo, prestigiando a Jornada de Literatura e, mal desembarcou em Porto Alegre, já era hora da Coletiva de Imprensa, evento que tomou grande parte da manhã de jornalistas, autores, ex-patronos e de toda a Comissão Executiva da Feira.
Foi neste mesmo dia que Carlos nos recebeu para um bate papo acerca da sua carreira profissional como jornalista e escritor, nos contando como, há 25 anos atrás, começou a escrever histórias infantis.
A rotina do escritor mudou, sem dúvida. Urbim disse que desde que saiu o resultado da sua eleição sua caixa de e-mails está lotada e que muitos são os telefonemas para homenagens e cumprimentos, de amigos e admiradores.
Veja alguns trechos da entrevista com o Patrono da 55ª Feira do Livro, Carlos Urbim.
JE: Você ficou muito feliz por ter sido escolhido como Patrono, deu para perceber isso nas suas aparições públicas. Muitas vezes a figura do Patrono é aquela do autor sisudo, sério. Você não é assim, é uma pessoa bem alegre e que sorri muito...
Urbim: Acho que esse ano vai mudar alguma coisa nesse sentido, primeiro, porque eu sou assim, esse é o meu jeito, é a forma pela qual eu me relaciono com todo mundo. Quando eu vou a escolas conversar com crianças ou nas feiras de livros eu até me desconheço porque realmente eu viro de novo um guri, igual a eles, e fico contando as minhas historias.
Nós moramos aqui [no bairro Floresta] há 21 anos e sempre cumprimentei toda a vizinhança. Eu sou daqueles que abro a porta e vou saindo e saudando todo mundo e agora, até em função da escolha como Patrono, eu virei uma celebridade na rua.
JE: Como foi a sensação de ser escolhido para Patrono da Feira este ano?
Urbim: 2009 eu posso considerar o meu ano porque no dia 28 de maio fui empossado solenemente na academia Rio-Grandense de Letras. Passei a ocupar a cadeira de numero 40. É um honraria para quem é escritor no Rio Grande do Sul e, além da escolha de Patrono, ia ter uma festa grande porque comemoro os 25 anos do meu primeiro livro, o “Um Guri Daltônico”.
JE: E como foi que você começou a escrever?
Urbim: Desde que comecei a fazer Jornalismo na UFRGS trabalhava, produzindo textos para jornal ao mesmo tempo que atuava em rádio. E nessa rotina eu me sentia distante das coisas de criança e da infância. Mas ai aconteceu a coisa fundamental da minha vida: eu me apaixonei, casei, e um ano e meio depois eu tinha o meu primeiro bebezinho, depois o segundo, com uma diferença entre os dois de um ano e meio mais ou menos.
E foi por causa dos meus filhos, Glauco e Emiliano, que eu me tornei escritor. Eu chegava da redação, cansado, depois de dois turnos, louco para me atirar no sofá... Mas eu não podia, eu tinha dois gurizinhos em casa que queriam tudo do pai que passou o dia fora.
Então, eram muitas as brincadeiras que nós fazíamos: guerra de almofada, nos atirávamos no chão... Dali a pouco eu já não agüentava mais e os mandava para cama. Mas eles não queriam dormir... Daí vinha aquela frase clássica: “Pai conta uma história para mim?”.
E foi contando histórias para eles que me tornei escritor. No começo eu contava as histórias que eu sabia, que ouvi da minha mãe, da avó, mas daí começou a faltar repertorio e eu comecei a inventar. A primeira delas tratava de um guri que eu conheço muito bem. Ele fala como eu porque ele é de Livramento só que ele tem um negócio no olho e por causa disso ele faz confusão das cores e coisas [Carlos como o guri, é daltônico].
Depois que eles dormiram eu comecei a colocar a trama no papel. E daí nasceu “O Guri Daltônico” e eu peguei gosto pela coisa e fui fazendo. Um dia vão ver que a maior parte do meu trabalho é lembranças da minha própria infância.
E sempre foi assim: em 25 anos eu tenho 23 títulos publicado e destes, 19 são para crianças e os outros 4 são livros que são frutos do meu trabalho como jornalista.
JE: E a Casa do Patrono, será na Ala Infantil?
Urbim: Sim! Pela primeira vez, depois de tanto tempo, foi a primeira vez que escolheram alguém que é autor de livros infantis. Então esse ano a Casa do Patrono é junto ao Cais, na área infantil. A Casa vai estar de portas abertas a todos! Eu até vou levar uns enfeites que eu fiz, do meu novo livro que se chama “Na noite Estrelada”, que são quatro historias que se passam na mesma noite, a partir dessa idéia: se olharmos para o céu do Rio Grande não te parece que é uma grande gamela cravejada de clicas?
JE: E os projetos para o futuro?
Urbim: O meu maior sonho sabe qual é? É que municípios me convidem para morar por um tempo lá para eu sair com uma história de cada um deles, como eu fiz em Morro Router. Fui convidado pela cidade para contar a história deles e passei bastante tempo por lá, para saber como eles falam, como anoitece e como amanhece... O nome do livro é “Morro Router de A a Z”. E eu acabei envolvendo toda a cidade nesse projeto, organizei uma gincana com os moradores onde as tarefas eram de colher informações sobre eles mesmos. Foi uma coisa mais linda!
Destaques da Programação
30/10/2009
Exposição Interativa do Museu de Ciências e Tecnologia da PUC
Armazém A1 do cais do Porto
Das 9h às 21h
31/10/2009
Exposição Interativa Cidade das Crianças: olhares, artes e traços sobre Porto Alegre
Armazém A do Cais do Porto
Ás 10h
01/11/2009
História Geral do Rio Grande do Sul: Povo Indígenas
Sala Leste do Santander Cultural (Praça da Alfândega)
Às 16h.
02/11/2009
Contação de histórias com Suelen Gotardo
QG dos Pitocos – Armazém A1 do Cais do Porto
Às 11h.
Mais informações no site:
http://www.feiradolivro-poa.com.br/programacao.php